Saiba tudo sobre o estilo!
Origem:
Nova York
Data:
1625
O estilo é oficialmente Americano, mas a influência veio da Europa. Os holandeses fundaram Nova York em 1625, que naquela época era conhecida como Nova Amsterdã. Em 1664, os imigrantes holandeses decidiram construir uma cervejaria na ilha de Manhattan. Os ingleses visitavam as Américas com certa frequência e foi assim que notaram a movimentação dos holandeses em relação à cerveja. Em 1685 na Filadélfia surgiu mais uma cervejaria, mas dessa vez comandada pelos britânicos.
Os europeus, cada qual à sua maneira, fizeram um excelente trabalho e os americanos aceitaram muito bem a cerveja “importada”, tanto que os hábitos de consumo dominados pelo vinho foram deixados de lado. E, graças a esse apreço pelas brejas, cada vez mais pequenas fábricas foram surgindo durante o período colonial na Terra do Tio Sam.
O crescimento cervejeiro americano passou por uma inesperada interrupção na segunda metade do século XVIII, período da Guerra da Independência Americana, devido ao bloqueio que os ingleses resolveram fazer nos portos do novo país, tornando impossível o comércio de insumos pra diversos tipos de produtos. A falta da cerveja foi praticamente uma tortura para todos os americanos, incluindo figuras influentes e históricas como George Washington, Thomas Jefferson e James Madison, declarados aficionados da bebida.
A Guerra chegou ao fim após oito anos e consequentemente surgiu um “novo país” e claro, com muita sede de cerveja. Isso fez com que o número de cervejarias aumentasse, porém a influência britânica ainda estava ali e com isso os estilos mais consumidos eram a Porter e as Real Ales. Felizmente, esse período não durou muito tempo, e graças a John Wagner.
Em 1840, John Wagner resolveu levar da Baviera para os Estados Unidos um fermento que era capaz de ajudar na produção de uma cerveja diferente das quais os estadunidenses estavam acostumados e até 1842 Wagner fez de sua casa uma pequena cervejaria mas, não tinha intuito comercial porque a intenção era trazer um “gostinho de casa” para seus amigos e outros imigrantes alemães.
Essas brejas eram produzidas em uma espécie de chaleira que ficava suspensa sobre uma lareira e o armazenamento era em uma estrutura pequena que ficava atrás da “cervejaria”. A nova cerveja de baixa fermentação caiu muito rápido no gosto de todos, pois tinha corpo leve e a sua aparência era dourada - eram os primeiros passos da revolucionária Lager em solo norte-americano.
No início do século XX, os cervejeiros norte-americanos ficaram conhecidos pela “standartização” das cervejas, pois foram eles que experimentaram acrescentar milho e arroz nas cervejas para torná-las mais leves e claras. A falta de cevada era muito comum naquela época, mas o milho e o arroz se adaptavam melhor ao solo e clima da América. Esses adjuntos inseridos às cervejas fez baratear o custo final e possibilitou que mais pessoas pudessem tomar a American Lager, inclusive àquelas das classes sociais mais baixas.
Devido à popularidade da American Lager que o mercado cervejeiro americano alavancou, em 1876 já existiam mais de 2000 cervejarias artesanais. Tempos depois, em 1810 houve uma queda e esse número passou para 1498 cervejarias, porque as cervejarias maiores entraram na onda dos adjuntos (milho e arroz), fazendo com que o preço final chegasse a ser desleal com as artesanais.
A catástrofe mesmo chegou anos mais tarde, em 17 de janeiro de 1920 quando foi homologada a 18ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos, conhecida como Lei Seca, que proibia a produção, importação, exportação, transporte e venda de bebidas alcoólicas por todo país. Essa lei demorou anos para ser ratificada, mas ela já estava sendo “maturada” muito tempo antes.
As associações União das Mulheres pela Temperança e Liga Anti-Saloon eram financiadas por igrejas evangélicas e seus membros “muniam-se” de Bíblias para invadir pubs e estabelecimentos que vendiam bebidas alcoólicas, pois acreditavam que o uso dessas bebidas colocavam em risco a preservação da moral e dos bons costumes das famílias.
Durante os 13 anos de Lei Seca praticamente todas as cervejarias sumiram do mapa do país e aquelas que permaneceram investiram em bebidas não alcoólicas. Essa história só deu uma guinada em 1978, quando o presidente Jimmy Carter trabalhou para que o congresso aprovasse a emenda que revogava uma antiga proibição à fabricação de cerveja artesanal. Os cervejeiros americanos surgiram sedentos e então fizeram valer essa oportunidade, conquistando espaço e se tornando a quarta Escola Cervejeira do mundo.
A American Lager frequentemente é confundida com a Pilsen, mas lembre-se: nem toda Lager é uma Pilsen. Ela possui um poder altíssimo de inclusão porque agrada praticamente a todos os paladares, por ter características sensoriais bem comedidas, e possui alto drinkability (ou seja, é muito, muito mesmo, fácil de beber). Assim, essa categoria se tornou uma das brejas mais populares do planeta!
O estilo é considerado perfeito para o verão e um bom churrasco, pois se trata de uma cerveja leve e muito refrescante. Essa breja possui baixa complexidade, o aroma de lúpulo não é nada complexo e muito sutil, mas é possível sentir condimentado ou floral. O malte raramente é percebido no aroma, mas caso isso aconteça ele aparecerá como doce.
O sabor é suave, podendo sentir um leve dulçor que pode ser do milho (ele não é o vilão da cerveja, ok?!), já a presença do lúpulo é baixa remetendo ao floral, herbal e até mesmo à picância. Cervejas como essa são equilibradas entre o ligeiramente maltado e o amargo, sem contar que são altamente carbonatadas. Sua cor pode variar do amarelo-palha ao amarelo que se aproxima do dourado, com espuma branca e persistente.
Quando os cervejeiros profissionais dizem que American Lager não é Pilsen acredite, pois esse foi um rótulo que as grandes indústrias cervejeiras implantaram por uma questão comercial, mas não é realmente assim que funciona, porque são estilos totalmente diferentes e ao comparar brejas dessas duas categorias você notará a diferença brutal tanto no aroma como no sabor. Recomendamos fortemente que tente fazer essa experiência de degustar uma American Lager ao lado de uma verdadeira Pilsen para entender claramente os aspectos de cada uma delas.
COPO SUGERIDO:
Pilsen, Lager e Caldereta
TEMPERATURA IDEAL:
De 2 a 4°C
Um ponto crucial para explorar ao máximo uma American Lager, assim como todos os outros estilos de cerveja, é se atentar à sua temperatura ideal de consumo, para também não errar ao realizar o serviço. A vantagem da American Lager é que ela é uma cerveja que você pode soltar um pouco a mão quando for regular a temperatura da cervejeira ou do refrigerador comum, porque ela pode ser servida bem gelada. Apenas tenha cuidado para não exagerar com esse “bem gelada” e acabar congelando a cerva (aí não dá hein!).
Uma breja democrática pede um copo a sua altura, portanto há três opções que se permite usar com esse estilo: Pilsen, Lager e Caldereta.
esse é um dos copos oficial dos botecos brasileiros e é extremamente versátil, principalmente por ser capaz de servir os mais diversos estilos de cerveja. Sua geometria é cônica, com a boca mais aberta que o fundo, tendo geralmente a capacidade de 350 mL de armazenamento.
é usado em muitos bares brasileiros, seja para servir chope ou cerveja e suas características são parecidas com a do copo Pilsen, pois também tem um corpo alongado, mas a leve diferença é que ele tem uma cintura fina que permite a formação de espuma adequada.
possui um formato alongado e estreito do início ao fim. Essa estrutura longa permite ter uma boa visualização do líquido e ajuda na formação de espuma. Aqui no Brasil ele é conhecido como “Tulipa”, mas o modelo que realmente carrega esse nome possui formato muito diferente e é voltado para cervejas mais complexas, como Belgian Strong Ale, Tripel e Wee Heavy.
Mesmo sendo uma cerva que pode ser servida estupidamente gelada, o ideal é não ultrapassar a variação “permitida” de 2 °C a 4 °C. Dessa forma para servir é preciso:
Deixar o copo na diagonal com uma leve inclinação e isso só será possível em um ângulo de 45°, porque é assim que você fará com que a cerveja tenha uma formação de espuma adequada sem deixar com que os aromas se dissipem.
Comece a retornar o copo à posição inicial (reta) ao perceber que resta apenas dois dedos para o preenchimento e assim despeje ao centro do copo toda a bebida, para completar o copo e finalizar o serviço com uma espuma de aproximadamente 1 a 2 cm, formando assim o tão famoso “colarinho”.
Batata frita
Amendoim
Camarão
Por se tratar de uma cerveja que atinge todos os públicos é possível apostar em diversas harmonizações: das mais simples às mais elaboradas. O importante é harmonizar! Os princípios básicos definidos como regras foram feitos para serem quebrados, porque na verdade elas existem para termos uma base e entendermos sua importância, porém nada impede de criar uma combinação própria ao harmonizar.
Alimentos e cervejas ingeridos separadamente podem ser prazerosos, mas nada melhor do que uní-los e trazer um resultado melhor para seu paladar. Portanto, ao iniciar a combinação desses dois elementos esteja ciente de qual diretriz irá seguir: Equilíbrio de forças ou contraste.
1. Optando por equilibrar a força da comida com a da cerveja, o foco principal é não deixar um sobressair o outro, mesmo sabendo que é possível elementos presentes em ambos sofrerem interferência. Um exemplo para entender melhor é usar uma Witbier para harmonizar com salmão cru marinado em suco de laranja, permitindo que o cítrico da cerveja encaixe com o cítrico do prato, além de ambos serem leves e delicados.
2. Caso queira apostar em algo mais desafiador, a melhor escolha é harmonização por contraste, pois os elementos presentes na cerveja podem trazer sabores e sensações que irão contrapor com o alimento e vice-versa. Isso é interessante demais! Há um exemplo com Pilsen que é usar o prato mexicano e picante: Chili com uma German Pilsner, pois a comida irá aquecer e a cerveja refrescar, porque estilos como esse contém baixo teor alcoólico e alto drinkability.
O momento de descobrir quais pratos casam com a American Lager é agora, mas lembra-se que essas são apenas algumas dicas, procure fazer harmonizações inéditas e que agradem seu paladar.
1. Frutos do mar como caranguejo e camarão ficam excelentes com uma American Lager gelada, ainda mais se você estiver na beira da praia.
2. Amendoins e castanhas, mesmo com uma certa oleosidade, são leves, por isso harmonizam com a sutileza e o leve dulçor da American Lager.
3. Guacamole, prato mexicano à base de abacate (quase um patê) temperado com pimenta e limão, ainda mais quando servido com Doritos ou nacho, deixa o prato mais picante e a cerveja vem para constrastar com sua refrescância.
4. Por último, e não menos importante, a batata frita é uma combinação clássica e harmoniza perfeitamente com cervejas menos complexas como a American Lager.
É uma organização sem fins lucrativos criado em 1985 nos Estados Unidos
Seu objetivo principal é formar e capacitar juízes do mundo a se tornarem especialistas nos estilos cervejeiros para que possam atuar em competições. E para padronizar as avaliações, a organização também desenvolveu diretrizes para os estilos
American Lager
Impressão Geral: Uma Lager muito clara, altamente carbonatada, de corpo leve e bem atenuada,com um perfil de sabor muito neutro e de baixo amargor. Servida bem fria, eles podem ser muito refrescantes e saciadoras de sede.
Aroma: Baixo a nenhum aroma de malte, que, se presente, pode ser percebido como granulado, doce ou milho. Aroma de lúpulo muito leve a nenhum, com uma presença condimentada ou floral. Embora um caráter de fermentação limpa é desejável, algumas características de levedura (particularmente um ligeiro frutado maçã) não são uma falha. Um leve DMS não chega a ser uma falha.
Aparência: Cor amarelo pálido a amarelo médio. Espuma branca que raramente persiste. Muito límpida.
Sabor: Relativamente neutro no palato com um final seco e fresco, com baixo a moderado-baixo sabor granulado ou de milho, o que pode ser percebido como doçura, devido ao baixo amargor. Sabor de lúpulo baixo a moderadamente baixo, que pode ter uma qualidade floral, picante (condimentada) e herbal (embora raramente forte o suficiente para ser distinguido). O amargor do lúpulo é baixo para médio-baixo. O equilíbrio pode variar de ligeiramente maltado a ligeiramente amargo, mas é relativamente equilibrada. O alto nível de carbonatação pode acentuar a frescura de um final seco. Caráter limpo de uma fermentação lager.
Sensação de Boca: Corpo de baixo a médio-baixo. Muito altamente carbonatada, com um pico de gás carbônico que provoca ligeira coceira na língua.
Comentários: Sabores fortes são uma falha. Em geral, são as cervejas que os bebedores de cerveja artesanal não esperam receber quando pedem uma cerveja nos EUA. Pode ser comercializado como Pilsner fora da Europa, mas não deve ser confundido com exemplos tradicionais.
Estatística Vital:
OG: 1040-1050
FG: 1004-1010
SRM: 2-4
IBU: 8-18
ABV: 4,2-5,3%
Saiba tudo sobre o estilo!
O estilo é oficialmente Americano, mas a influência veio da Europa. Os holandeses fundaram Nova York em 1625, que naquela época era conhecida como Nova Amsterdã. Em 1664, os imigrantes holandeses decidiram construir uma cervejaria na ilha de Manhattan. Os ingleses visitavam as Américas com certa frequência e foi assim que notaram a movimentação dos holandeses em relação à cerveja. Em 1685 na Filadélfia surgiu mais uma cervejaria, mas dessa vez comandada pelos britânicos.
Os europeus, cada qual à sua maneira, fizeram um excelente trabalho e os americanos aceitaram muito bem a cerveja “importada”, tanto que os hábitos de consumo dominados pelo vinho foram deixados de lado. E, graças a esse apreço pelas brejas, cada vez mais pequenas fábricas foram surgindo durante o período colonial na Terra do Tio Sam.
O crescimento cervejeiro americano passou por uma inesperada interrupção na segunda metade do século XVIII, período da Guerra da Independência Americana, devido ao bloqueio que os ingleses resolveram fazer nos portos do novo país, tornando impossível o comércio de insumos pra diversos tipos de produtos. A falta da cerveja foi praticamente uma tortura para todos os americanos, incluindo figuras influentes e históricas como George Washington, Thomas Jefferson e James Madison, declarados aficionados da bebida.
A Guerra chegou ao fim após oito anos e consequentemente surgiu um “novo país” e claro, com muita sede de cerveja. Isso fez com que o número de cervejarias aumentasse, porém a influência britânica ainda estava ali e com isso os estilos mais consumidos eram a Porter e as Real Ales. Felizmente, esse período não durou muito tempo, e graças a John Wagner.
Em 1840, John Wagner resolveu levar da Baviera para os Estados Unidos um fermento que era capaz de ajudar na produção de uma cerveja diferente das quais os estadunidenses estavam acostumados e até 1842 Wagner fez de sua casa uma pequena cervejaria mas, não tinha intuito comercial porque a intenção era trazer um “gostinho de casa” para seus amigos e outros imigrantes alemães.
Essas brejas eram produzidas em uma espécie de chaleira que ficava suspensa sobre uma lareira e o armazenamento era em uma estrutura pequena que ficava atrás da “cervejaria”. A nova cerveja de baixa fermentação caiu muito rápido no gosto de todos, pois tinha corpo leve e a sua aparência era dourada - eram os primeiros passos da revolucionária Lager em solo norte-americano.
No início do éculo XX, os cervejeiros norte-americanos ficaram conhecidos pela “standartização” das cervejas, pois foram eles que experimentaram acrescentar milho e arroz nas cervejas para torná-las mais leves e claras. A falta de cevada era muito comum naquela época, mas o milho e o arroz se adaptavam melhor ao solo e clima da América. Esses adjuntos inseridos às cervejas fez baratear o custo final e possibilitou que mais pessoas pudessem tomar a American Lager, inclusive àquelas das classes sociais mais baixas.
Devido à popularidade da American Lager que o mercado cervejeiro americano alavancou, em 1876 já existiam mais de 2000 cervejarias artesanais. Tempos depois, em 1810 houve uma queda e esse número passou para 1498 cervejarias, porque as cervejarias maiores entraram na onda dos adjuntos (milho e arroz), fazendo com que o preço final chegasse a ser desleal com as artesanais.
A catástrofe mesmo chegou anos mais tarde, em 17 de janeiro de 1920 quando foi homologada a 18ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos, conhecida como Lei Seca, que proibia a produção, importação, exportação, transporte e venda de bebidas alcoólicas por todo país. Essa lei demorou anos para ser ratificada, mas ela já estava sendo “maturada” muito tempo antes.
As associações União das Mulheres pela Temperança e Liga Anti-Saloon eram financiadas por igrejas evangélicas e seus membros “muniam-se” de Bíblias para invadir pubs e estabelecimentos que vendiam bebidas alcoólicas, pois acreditavam que o uso dessas bebidas colocavam em risco a preservação da moral e dos bons costumes das famílias.
Durante os 13 anos de Lei Seca praticamente todas as cervejarias sumiram do mapa do país e aquelas que permaneceram investiram em bebidas não alcoólicas. Essa história só deu uma guinada em 1978, quando o presidente Jimmy Carter trabalhou para que o congresso aprovasse a emenda que revogava uma antiga proibição à fabricação de cerveja artesanal. Os cervejeiros americanos surgiram sedentos e então fizeram valer essa oportunidade, conquistando espaço e se tornando a quarta Escola Cervejeira do mundo.
A American Lager frequentemente é confundida com a Pilsen, mas lembre-se: nem toda Lager é uma Pilsen. Ela possui um poder altíssimo de inclusão porque agrada praticamente a todos os paladares, por ter características sensoriais bem comedidas, e possui alto drinkability (ou seja, é muito, muito mesmo, fácil de beber). Assim, essa categoria se tornou uma das brejas mais populares do planeta!
O estilo é considerado perfeito para o verão e um bom churrasco, pois se trata de uma cerveja leve e muito refrescante. Essa breja possui baixa complexidade, o aroma de lúpulo não é nada complexo e muito sutil, mas é possível sentir condimentado ou floral. O malte raramente é percebido no aroma, mas caso isso aconteça ele aparecerá como doce.
O sabor é suave, podendo sentir um leve dulçor que pode ser do milho (ele não é o vilão da cerveja, ok?!), já a presença do lúpulo é baixa remetendo ao floral, herbal e até mesmo à picância. Cervejas como essa são equilibradas entre o ligeiramente maltado e o amargo, sem contar que são altamente carbonatadas. Sua cor pode variar do amarelo-palha ao amarelo que se aproxima do dourado, com espuma branca e persistente.
Quando os cervejeiros profissionais dizem que American Lager não é Pilsen acredite, pois esse foi um rótulo que as grandes indústrias cervejeiras implantaram por uma questão comercial, mas não é realmente assim que funciona, porque são estilos totalmente diferentes e ao comparar brejas dessas duas categorias você notará a diferença brutal tanto no aroma como no sabor. Recomendamos fortemente que tente fazer essa experiência de degustar uma American Lager ao lado de uma verdadeira Pilsen para entender claramente os aspectos de cada uma delas.
Um ponto crucial para explorar ao máximo uma American Lager, assim como todos os outros estilos de cerveja, é se atentar à sua temperatura ideal de consumo, para também não errar ao realizar o serviço. A vantagem da American Lager é que ela é uma cerveja que você pode soltar um pouco a mão quando for regular a temperatura da cervejeira ou do refrigerador comum, porque ela pode ser servida bem gelada. Apenas tenha cuidado para não exagerar com esse “bem gelada” e acabar congelando a cerva (aí não dá hein!). Uma breja democrática pede um copo a sua altura, portanto há três opções que se permite usar com esse estilo: Pilsen, Lager e Caldereta.
Caldereta:
esse é um dos copos oficial dos botecos brasileiros e é extremamente versátil, principalmente por ser capaz de servir os mais diversos estilos de cerveja. Sua geometria é cônica, com a boca mais aberta que o fundo, tendo geralmente a capacidade de 350 mL de armazenamento.
Lager:
é usado em muitos bares brasileiros, seja para servir chope ou cerveja e suas características são parecidas com a do copo Pilsen, pois também tem um corpo alongado, mas a leve diferença é que ele tem uma cintura fina que permite a formação de espuma adequada.
Pilsen:
possui um formato alongado e estreito do início ao fim. Essa estrutura longa permite ter uma boa visualização do líquido e ajuda na formação de espuma. Aqui no Brasil ele é conhecido como “Tulipa”, mas o modelo que realmente carrega esse nome possui formato muito diferente e é voltado para cervejas mais complexas, como Belgian Strong Ale, Tripel e Wee Heavy.
Mesmo sendo uma cerva que pode ser servida estupidamente gelada, o ideal é não ultrapassar a variação “permitida” de 2 °C a 4 °C. Dessa forma para servir é preciso:
Deixar o copo na diagonal com uma leve inclinação e isso só será possível em um ângulo de 45°, porque é assim que você fará com que a cerveja tenha uma formação de espuma adequada sem deixar com que os aromas se dissipem.
Comece a retornar o copo à posição inicial (reta) ao perceber que resta apenas dois dedos para o preenchimento e assim despeje ao centro do copo toda a bebida, para completar o copo e finalizar o serviço com uma espuma de aproximadamente 1 a 2 cm, formando assim o tão famoso “colarinho”.
Por se tratar de uma cerveja que atinge todos os públicos é possível apostar em diversas harmonizações: das mais simples às mais elaboradas. O importante é harmonizar! Os princípios básicos definidos como regras foram feitos para serem quebrados, porque na verdade elas existem para termos uma base e entendermos sua importância, porém nada impede de criar uma combinação própria ao harmonizar. Alimentos e cervejas ingeridos separadamente podem ser prazerosos, mas nada melhor do que uní-los e trazer um resultado melhor para seu paladar. Portanto, ao iniciar a combinação desses dois elementos esteja ciente de qual diretriz irá seguir: Equilíbrio de forças ou contraste. 1. Optando por equilibrar a força da comida com a da cerveja, o foco principal é não deixar um sobressair o outro, mesmo sabendo que é possível elementos presentes em ambos sofrerem interferência. Um exemplo para entender melhor é usar uma Witbier para harmonizar com salmão cru marinado em suco de laranja, permitindo que o cítrico da cerveja encaixe com o cítrico do prato, além de ambos serem leves e delicados.
2. Caso queira apostar em algo mais desafiador, a melhor escolha é harmonização por contraste, pois os elementos presentes na cerveja podem trazer sabores e sensações que irão contrapor com o alimento e vice-versa. Isso é interessante demais! Há um exemplo com Pilsen que é usar o prato mexicano e picante: Chili com uma German Pilsner, pois a comida irá aquecer e a cerveja refrescar, porque estilos como esse contém baixo teor alcoólico e alto drinkability.
O momento de descobrir quais pratos casam com a American Lager é agora, mas lembra-se que essas são apenas algumas dicas, procure fazer harmonizações inéditas e que agradem seu paladar.
1. Frutos do mar como caranguejo e camarão ficam excelentes com uma American Lager gelada, ainda mais se você estiver na beira da praia.
2. Amendoins e castanhas, mesmo com uma certa oleosidade, são leves, por isso harmonizam com a sutileza e o leve dulçor da American Lager.
3. Guacamole, prato mexicano à base de abacate (quase um patê) temperado com pimenta e limão, ainda mais quando servido com Doritos ou nacho, deixa o prato mais picante e a cerveja vem para constrastar com sua refrescância.
4. Por último, e não menos importante, a batata frita é uma combinação clássica e harmoniza perfeitamente com cervejas menos complexas como a American Lager.
É uma organização sem fins lucrativos criado em 1985 nos Estados Unidos
Seu objetivo principal é formar e capacitar juízes do mundo a se tornarem especialistas nos estilos cervejeiros para que possam atuar em competições. E para padronizar as avaliações, a organização também desenvolveu diretrizes para os estilos
American Lager
Impressão Geral: Uma Lager muito clara, altamente carbonatada, de corpo leve e bem atenuada,com um perfil de sabor muito neutro e de baixo amargor. Servida bem fria, eles podem ser muito refrescantes e saciadoras de sede.
Aroma: Baixo a nenhum aroma de malte, que, se presente, pode ser percebido como granulado, doce ou milho. Aroma de lúpulo muito leve a nenhum, com uma presença condimentada ou floral. Embora um caráter de fermentação limpa é desejável, algumas características de levedura (particularmente um ligeiro frutado maçã) não são uma falha. Um leve DMS não chega a ser uma falha.
Aparência: Cor amarelo pálido a amarelo médio. Espuma branca que raramente persiste. Muito límpida.
Sabor: Relativamente neutro no palato com um final seco e fresco, com baixo a moderado-baixo sabor granulado ou de milho, o que pode ser percebido como doçura, devido ao baixo amargor. Sabor de lúpulo baixo a moderadamente baixo, que pode ter uma qualidade floral, picante (condimentada) e herbal (embora raramente forte o suficiente para ser distinguido). O amargor do lúpulo é baixo para médio-baixo. O equilíbrio pode variar de ligeiramente maltado a ligeiramente amargo, mas é relativamente equilibrada. O alto nível de carbonatação pode acentuar a frescura de um final seco. Caráter limpo de uma fermentação lager.
Sensação de Boca: Corpo de baixo a médio-baixo. Muito altamente carbonatada, com um pico de gás carbônico que provoca ligeira coceira na língua.
Comentários: Sabores fortes são uma falha. Em geral, são as cervejas que os bebedores de cerveja artesanal não esperam receber quando pedem uma cerveja nos EUA. Pode ser comercializado como Pilsner fora da Europa, mas não deve ser confundido com exemplos tradicionais.
Estatística Vital:
OG: 1040-1050
FG: 1004-1010
SRM: 2-4
IBU: 8-18
ABV: 4,2-5,3%