Destino: Roteiro Trapista Parte 2
Continuando o primeiro texto, vamos à visitação do roteiro trapista e todas suas abadias para degustar o melhor das cervejas!
E agora, como prometido, vamos para a segunda parte do nosso roteiro trapista! A viagem continua e queremos visitar a maior quantidade possível de cervejarias Trapistas!
Roteiro de Cervejas Trapistas
Abadia Trapista de Notre-Dame de Saint-Remy (Rochefort)
A próxima parada seria a Abbaye Notre-Dame de Saint-Remy, onde é fabricada a Rochefort, mas não paramos por ali, pois não há café, loja ou qualquer outra estrutura para recepção de turistas. A Rochefort fica há 85 km da Orval, mas seguimos direto para a cidade de Hamont-Achel, fronteira com a Holanda.
Abadia de Saint Benedictus/ Achelse-Kluis (Achel)
Como “pulamos” a abadia de Rochefort, essa foi a maior distância percorrida entre uma abadia e outra (250 km). Infelizmente ela não é mais uma abadia trapista desde o início de 2021, quando o último monge se mudou do local (para mais detalhes, leiam a coluna “Mercado” da edição de fevereiro). A cerveja continua a ser produzida, bem como a loja e o café continuam em pleno funcionamento.
No local encontramos algumas edições de cervejas vendidas apenas na abadia. Na loja é possível encontrar exemplares de todas as cervejarias trapistas do mundo, bem como várias cervejas de abadia belga. Também é possível realizar um tour guiado pela cervejaria e abadia. A Achel fica bem na fronteira entre Bélgica e Holanda, e você pode, literalmente, ficar com um pé em cada país (inclusive esse é o tipo de foto mais registrada no local).
Abadia trapista de Notre-Dame de Koningshoven (La Trappe)
Como já estávamos com um pezinho na Holanda, terminamos de cruzar a fronteira e rodamos mais 50 km até Berkel-Enschot, na Abadia de Notre-Dame de Koningshoeven, ou simplesmente La Trappe. Aqui há um excelente local para comer e beber, o Tasting Room, que é o café da abadia. Ele recebe esse nome por ser justamente o local onde os monges provavam as cervejas prontas antes de serem liberadas para o consumo.
Estava bastante animado para beber algumas edições da Quadrupel Barrel Aged e a colaborativa com a Brewdog, mas infelizmente havia apenas a edição mais recente da quadrupel BA. Na loja você também encontra uma série de produtos, como cervejas e queijos. No dia que fomos a loja estava fechada, pois era dia de festa da ascensão do novo abade da abadia.
Abadia de Maria Toevlucht (Zundert)
Ainda dentro da Holanda, percorremos outros 50 km até a abadia de Maria Toevlucht, na cidade de Zundert, onde fica a cervejaria de mesmo nome. Acredito que seja a menor de todas essas abadias e no local há apenas uma loja, onde é possível encontrar os dois fantásticos rótulos da Zundert, uma Tripel e uma Quadrupel. Aqui o interessante é que geralmente o atendente da loja é um monge e vestido a caráter.
Uma das raras oportunidades para encontrar um pessoalmente. Foi uma verdadeira aventura chegar aqui, pois já não bastasse estarmos correndo contra o tempo, eu sem querer coloquei o destino errado no GPS.
Mas conseguimos chegar faltando cinco minutos para o fechamento da loja. O monge foi super receptivo, mas infelizmente não nos deixou ficar nem um minuto além do horário, pois estava na hora de suas orações. No local também há uma igreja onde são celebradas missas abertas à comunidade.
Abadia trapista de Westmalle (Westmalle)
Saindo da Holanda e percorrendo 35 km chegamos na última parada (que historicamente foi a primeira cervejaria trapista), a Abadia de Westmalle, na cidade de mesmo nome. Em frente à abadia há o Café Trappisten Westmalle, onde é possível provar a “Half-Half” (meio a meio), que é uma mistura da Dubbel com a Tripel no mesmo copo. Além de todos os rótulos da cervejaria, há os outros típicos produtos trapistas. Aqui eu recomendo o queijo trapista empanado.
De Kloostergang Door Trappist Tribute
Eu disse no início que mostraria um roteiro com nove abadias trapistas. O De Kloostergang não é uma décima abadia e, muito menos, um local dirigido por monges. No entanto, merece aqui uma menção mais que honrosa. O nome significa “O claustro (corredor do monastério), em homenagem aos trapistas”. É um restaurante na cidade de Aarschot (45 km de Bruxelas). Aqui você encontra todas as cervejas trapistas (com exceção da Westvleteren, que eles dizem não vender por respeito à vontade dos monges).
Mas não apenas as cervejas são trapistas. Aqui todos os produtos são feitos por monges trapistas: além da cerveja, o queijo, a carne, o chocolate, enfim, tudo, até o sabonete usado do banheiro. O atendimento é excelente, e os proprietários sempre estão por perto dispostos a tirar qualquer dúvida, ou para sentar-se na mesa e conversar sobre o mundo trapista.
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