Crise no mercado Cervejeiro: Não nos EUA!
Desde 2020, a crise da produção cervejeira tem se alastrado pelo mundo. Porém, os EUA fogem desse padrão, saiba como e o que esperar.
Em dezembro do ano passado a Brewers Association, também conhecida como BA – uma associação comercial sem fins lucrativos destinada aos cervejeiros e às cervejarias artesanais nos EUA, divulgou um compilado do que foi o ano de 2022 e previsões para 2023, demonstrando uma verdadeira crise. O que mais chama atenção é o número histórico de cervejarias em operação: 9.500, considerando que houve abertura de 550 cervejarias e fechamento de 200 no ano que encerrou. Desde 2020, contrariando a lógica de um cenário pandêmico, o número de cervejarias só aumentou: cerca de 2,5% de expansão de 2020 para 2021 e 2,7% de 2021 para 2022.
Outra excelente notícia do ano passado apesar da crise, é que o nicho das cervejas artesanais expandiu muito mais que o mercado cervejeiro total: enquanto as artesanais tiveram suas vendas aumentadas em 8%, o mercado total cresceu apenas 1%. Vale considerar que, desde 2020, toda a cadeia de produção cervejeira vem sofrendo com queda abrupta de oferta de diversos insumos e consequente aumento de preço, além de dificuldades logísticas diversas. Portanto, considerando o cenário, esses números de crescimento nos EUA se tornam ainda mais expressivos.
Mesmo com bons números, a crise ainda atinge os Estados Unidos
Porém, nem tudo são flores – ou cevada e lúpulo. O mesmo documento da Brewers Association destaca que em 2023 o número de cervejarias deve reduzir, isto é, a quantidade de cervejarias fechadas vai superar o número de aberturas das novas. Além disso, 2022 fechou a safra de lúpulo com pequena queda nos EUA, mas com uma das piores safras históricas da Europa.
Além disso, embora a pandemia do coronavírus não dê sinais de retorno, pelo menos nos mesmos moldes de 2020, o cenário de crise ainda é bastante desafiador no mundo cervejeiro, com altos custos de energia e insumos. Paralelamente, a inflação ao redor do mundo está em níveis históricos e o mercado internacional sinaliza uma grande recessão em 2023, que deve atingir diretamente os setores de lazer e consumo não essencial.
Por outro lado, os produtores de cerveja artesanal são criaturas altamente criativas e adaptativas, um verdadeiro orgulho para Charles Darwin. Dia sim e dia também aparecem releituras de estilos antigos e estilos que até ontem eram impensáveis, encaixando-se perfeitamente aos mais diversos tipos de consumidores e que lutam de igual para igual com outras bebidas alcoólicas e até mesmo as não alcoólicas.
Vamos torcer para a cerveja artesanal passe ilesa pela turbulência que está se aproximando. E que não falte aquela cerveja que tanto amamos seja nos EUA ou em nenhuma parte do globo.
Até a próxima.
Cheers!
O mercado cervejeiro e a pandemia
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