Conheça a cerveja brasileira feita por padres!
Conheça a cervejaria brasileira feita por padres dentro de uma igreja em Juiz de Fora, Minas Gerais. Acompanhe essa viagem pelo mundo da Hofbauer!
A relação entre cerveja e igreja sempre me fascinou. Com frequência estudo sobre essas histórias e, obviamente, sempre tenho garrafas de cervejas monásticas na adega. Em uma dessas pesquisas encontrei uma reportagem sobre uma igreja, em Juiz de Fora (MG), que produz cerveja. Minha curiosidade não parou por aí. Consegui o telefone do responsável pela produção, padre Jonas, e verifiquei a possibilidade de uma visita. Como já tinha planos de conhecer a região, organizei a viagem para o feriado da Proclamação da República.
A cervejaria é localizada em um discreto anexo do lado de fora da igreja (mas dentro do convento). Lá dentro, um verdadeiro pedaço de história: com exceção do fermentador, todos os outros equipamentos utilizados são os originais da fundação da igreja. Chama a atenção as panelas de mostura e fervura que ainda são aquecidas à lenha. Os equipamentos são rústicos, mas bem conservados e totalmente funcionais. As paredes do local são de pedra e bastante espessas, mantendo a temperatura interna sempre amena, permitindo às cervejas serem fermentadas e carbonatadas em temperatura ambiente.
Saindo da cervejaria chegamos a uma porta de madeira que dá acesso a um subsolo com três barris de madeira, repletos de cerveja como parte de um experimento para ver como as cervejas do convento reagem à madeira. Infelizmente não foi possível provar essa leva (ainda). Logo em seguida, o padre Jonas abriu uma geladeira, pegou duas garrafas e nos sentamos em um quiosque localizado em um dos jardins do convento. Degustamos uma cerveja clara e refrescante, uma “Pilsen” com fermentação em alta temperatura, e uma Belgian Pale Ale, a que mais gostei.
No portfólio ainda há uma Weissbier, mas não estava disponível no dia. Além de cerveja, a Igreja produz queijos no Seminário da Floresta, que fica longe do centro e infelizmente não conseguimos visitar. Os interessados em conhecer a cerveja podem encontrá-la na biblioteca da igreja, ou então nos inúmeros festivais de cerveja que acontecem na cidade, incluindo o Forest Beer, que ocorre no Seminário da Floresta e é organizado pela própria Hofbauer. A cultura cervejeira da região é bastante rica e possuir uma Igreja com histórico cervejeiro secular enriquece ainda mais esse legado.
Eu e o Padre Jonas (de camisa listrada) em frente a igreja
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Uma viagem até a igreja cervejeira
Partimos numa sexta-feira, pousando no aeroporto Santos Dumont (RJ). Os voos para Juiz de Fora estavam muito caros e o Rio fica mais perto (180 km) que Belo Horizonte (267 km). Padre Jonas marcou de nos receber às 13h. Não perdemos tempo, pegamos o carro na locadora e seguimos viagem. Dirigir pela região serrana do RJ é uma experiência agradável pela paisagem, mas pode ser bem desagradável pelo trânsito. Não foi o caso. Chegamos na cidade com bastante antecedência e resolvemos almoçar na cervejaria Sr. Müller (foi um excelente cartão de visita, mas isso fica para uma próxima história). Findado o almoço, partimos para nosso destino principal. Chegamos à Igreja da Glória pouco antes do combinado. Aguardamos por alguns instantes na recepção, quando no fim do corredor uma porta se abriu e de lá surgiu nosso anfitrião, bastante jovem e com roupas “civis”. Antes que pudéssemos dizer algo, ele falou “Eu sei que não tenho cara de padre!”, ditando o ar descontraído que seria a visita. Enquanto nos mostrava a igreja e as dependências internas, explicou que a Congregação dos Redentoristas chegou à região em 1893, vindos da Holanda. Em 1894 se fixaram em definitivo, construindo aquela igreja. Com eles veio o hábito de produzir e beber a própria cerveja. Não tardaram a construir a cervejaria do convento. Em 2009 resolveram disponibilizar a bebida para venda. Criaram um rótulo e deram o nome de “Hofbauer”, o sobrenome de um Santo da Congregação canonizado naquele ano.A cervejaria da igreja
A cervejaria é localizada em um discreto anexo do lado de fora da igreja (mas dentro do convento). Lá dentro, um verdadeiro pedaço de história: com exceção do fermentador, todos os outros equipamentos utilizados são os originais da fundação da igreja. Chama a atenção as panelas de mostura e fervura que ainda são aquecidas à lenha. Os equipamentos são rústicos, mas bem conservados e totalmente funcionais. As paredes do local são de pedra e bastante espessas, mantendo a temperatura interna sempre amena, permitindo às cervejas serem fermentadas e carbonatadas em temperatura ambiente.
Saindo da cervejaria chegamos a uma porta de madeira que dá acesso a um subsolo com três barris de madeira, repletos de cerveja como parte de um experimento para ver como as cervejas do convento reagem à madeira. Infelizmente não foi possível provar essa leva (ainda). Logo em seguida, o padre Jonas abriu uma geladeira, pegou duas garrafas e nos sentamos em um quiosque localizado em um dos jardins do convento. Degustamos uma cerveja clara e refrescante, uma “Pilsen” com fermentação em alta temperatura, e uma Belgian Pale Ale, a que mais gostei.
No portfólio ainda há uma Weissbier, mas não estava disponível no dia. Além de cerveja, a Igreja produz queijos no Seminário da Floresta, que fica longe do centro e infelizmente não conseguimos visitar. Os interessados em conhecer a cerveja podem encontrá-la na biblioteca da igreja, ou então nos inúmeros festivais de cerveja que acontecem na cidade, incluindo o Forest Beer, que ocorre no Seminário da Floresta e é organizado pela própria Hofbauer. A cultura cervejeira da região é bastante rica e possuir uma Igreja com histórico cervejeiro secular enriquece ainda mais esse legado.
Eu e o Padre Jonas (de camisa listrada) em frente a igreja
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